Hoje vou comentar algo que a maioria deve saber. Quando trabalhamos em um projeto pessoal (aquele que geralmente não é o nosso principal trabalho remunerado) existem muitos desafios e dificuldades. Creio que seja assim com qualquer profissão. No caso de um projeto em quadrinhos, depois de todo o trabalho que temos em criar, pesquisar, produzir, conferir, corrigir, corrigir, melhorar, melhorar e melhorar o resultado final, ficamos também a mercê da sorte ou azar, caso nosso trabalho não seja aceito pelo principal propulsor do sucesso do projeto: o leitor!
Por mais que nos empenhemos em ouvi-lo, levar suas opiniões em conta e deixar o projeto o mais adequado possível para este público, no momento em que a Hq sai, ficamos na expectativa da aceitação final, que é quando o leitor se interessa e compra a nossa Hq. E não digo isso só pela parte financeira, que aliás, é importantíssima, mas pelo nosso ego mesmo, de se sentir vitorioso quando nosso trabalho é aceito e lido.
Como todos sabem, o primeiro livro da Jaguara demorou 10 anos para acontecer e quando finalmente virou realidade, algo vinha contra que era o preço de lançamento (R$ 46,00!), que infelizmente, afugentou prováveis leitores. Isso, de forma alguma foi desatenção ou ganância minha ou da própria editora que publicou a Jaguara. Acontece que o livro saiu com 128 páginas coloridas, com boa impressão e acabamento, mas com uma tiragem pequena (em torno de 1000 livros). E a matemática das gráficas é cruel, mas justa neste ponto: quanto menos se imprime, mais caro fica o preço final.
Mas não foi sobre isso que eu queria comentar hoje. Quero falar das compensações que todo esse trabalho e expectativa nos oferece, às vezes. Quando isso acontece, tenho certeza que tudo valeu à pena e que faria tudo de novo, se fosse preciso.
Vou postar uma sequência de fotos, de uma homenagem feita por leitores lá da Suiça, de uma cidade chamada Ticino. O que eles fizeram realmente me deixou muito feliz e emocionado na época. Vejam:
Esses estimados e valiosos leitores se chamam Simone, Tito e Alexander. Ele me deram a honra de comprar um exemplar da Jaguara, após lerem um editorial sobre ela na revista Mr. No, em agosto de 2005. Eles me disseram por email, que esta revista circulou na Suiça, Itália, França e Alemanha. Um deles foi casado com uma brasileira. Foi uma encomenda muito feliz e 2 anos depois, em 2007, eles me mandaram essas fotos, dizendo que tinham pintado a Jaguara na parede do quintal onde moravam. Não é preciso dizer que fiquei além de muito orgulhoso e honrado, muito emocionado. Isso realmente faz valer à pena todo o esforço.
Minha intenção é, além de mostrar e dividir esta conquista, afirmar que todo empenho e trabalho duro vale e vale muito. Uma compensação dessas paga tudo e não estou exagerando.
Caros amigos de Ticino, Simone, Tito e Alexander, muito obrigado mesmo!
É isso!
Valeu!